Como havia falado no capítulo anterior, a vela de base no ICES começava a ratear, em contrapartida a classe laser vivia seus dias de glória.
O motivo era muito simples de entender, os "valores e expoentes" do optmist Capixaba estavam migrando para a classe Laser, um barco moderníssimo para a época e que ainda contava com o apoio televisivo do protagonista da novela àgua viva, o "velejador de laser" Fábio Júnior.
O wind Surf chegava junto com esta onda, e Rominho, Fernandinho Giestas, Tubarão, Calango, Robinho destefani, Macaco e outros estavam lá!
As crianças caiam lentamente no esquecimento, ainda haviam grandes promessas, mas a continuidade estava realmente ameaçada.
As escolas de vela estavam rateando, e os pais que tocavam a escola em frente, viram seus filhos migrando para a laser e de certa forma não eram mais necessários dentro do contexto.
O ano de 1981 foi muito bom para mim, o Marcelo Zenóbio e o Ricardinho estouraram a idade limite e assim sendo fiquei som o caminho livre para o pódio.
Meu barco passava por sucessivas reformas no quintal de casa, ficando cada vez melhor, velas novas vinham do RJ, e eu treinava todos os dias.
Fato que lembro bem , é que durante os treinos , na maioria das vezes solitários, ficava imaginando um jeito de colocarf mordedores na escota do meu barco , para "aliviar " a dor que sentia nas mãos, o mesmo com a borda de de meu barquinho de madeira, que deixava minha bunda doendo a vera, dado a sua mínima espessura.
Tinha coisa pior, barcos como o ferramenta II do Paulinho Tommasi que sequer tinha borda.
Algumas vezes e espírito empreendedor baixava, e eu ia com meu optmist até dentro do porto de tubarão para encostar a mão nos navios, coisa de menino doido e que gostava de aventuras.
Numa tarde cinzenta de vento sul, saimos para treinar eu e o Bruno Tommasi, e vimos umas barbatanas na altura da Ilha Rasa, ficamos a-pa-vo-ra-dos achando que eram tubarões, todavia eram apenas botos.
As regatas se sucediam e o pódio era uma constante, o que de certa forma foi meio ruim para mim, pois naquela altura do campeonato não admitia perder de jeito nenhum.
Numa destas derrotas, fiquei possuído de raiva e comecei a xingar todos os nomes que me vieram a cabeça naquele momento, na CR estavam papai e Guará, e prontamente diante da cena infantil imbecil que protagonizava, papai vira para Guará e diz:
-aplica uma suspensão no garoto, é para ele aprender.
Dito e feito: 30 dias de molho.
Mas não adiantava, queria ficar bom , queria ser o melhor , queria a atenção das meninas , e aquela altura tive minha primeira paixão, Daniela Castello Branco, que era a fim do meu rival Bruno Tommasi, que zebra!
Treinava cada vez mais, mas sempre sozinho, só eu tinha a fomeagem necessária a evolução.
De tando treinar, convenci meu pai a me levar no meu primeiro campeonato brasileiro da classe optimist a ser realizado em João Pessoa Paraíba, em janeiro de 1992.
Comecei os meus preparativos para o campeonato acordando as 5 da matina e indo "correr" na praia de camburi, que passava nesta época por uma grande reforma e tinha uma das pistas interditada parcialmente.
Aguardava ansioso pela chegada do campeonato, consegui passar de ano, deixar a síndrome de repetente para trás, e até me saindo super bem em algumas matérias como inglês, história e geografia( estudos socias), tal como português, mas a matemática...
fiquei de recuperação, mas consegui me safar e passei!!
Agora estava indo para a sexta série , e papai me levaria para João Pessoa de avião, u-lá-lá!!
Viajar de avião era um must! e levaria o barco e tudo dentro dele!
Em setembro tivemos a taça cidade de vitória, um envento de repercussão nacional, e veio gente do RJ correr de optimist , e do rio e são paulo correr de laser.
Jonh kink, Jorge Zarif, Gustavo Vianna, Garoinha, e muitos outros.
Nesta ocasião tive a oportunidade de velejar com bons timoneiros de optimist, e ver suas "máquinas de regatas", todos de madeira, ainda não havima bons barcos de fibra, os que tinham eram péssimos e super fundo de quintal.
Durante a TCV , os velejadores de fora se hospedavam na casa da galera daqui, e lá em casa ficou hospedado o Willy Werner, um grande velejador de optimist que agora corria de wind Glider e ajudou papai com as dicas da reforma do xande, que eu mesmo mudara o nome para " fureta II", por sugestão do amigo Fabinho Ruschi.
Mais uma vez , a bomba de flit em ação!
Enfim chega janeiro e vamos a delegação capixaba para o campeonato na Paraíba.
A delegação era composta por :
Papai e Eu.
e o Fureta II.
Já no avião, o barco sofreu avarias , apesar da nova capa acolchoada que mamãe fez, toda xadrez! um mico daqueles, preta , branca e cinza, forrada com cobertor de lã por dentro.
Que viajem maravilhosa, chegamos em João Pessoa e fomos nos hospedar na casa de praia de um amigo de papai que ficava perto do Clube.
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